terça-feira, 27 de dezembro de 2016

#5: Por Lugares Incríveis - Jennifer Niven



Iaí pessoal, fazia um tempinho que não aparecia por aqui né? Mas voltei, e com novidades, sim, o blog tem uma colaboradora nova, Larine Brito e a resenha de hoje é dela, vejam o que ela achou de Por Lugares Incríveis:


Ser sugado para dentro de um buraco negro seria o jeito mais legal de morrer. Não há ninguém que tenha experienciado isso, e os cientistas não conseguem decidir se, depois de atingir o horizonte de eventos, a pessoa passaria semanas flutuando antes de ser despedaçada ou se viraria uma espécie de turbilhão de partículas e acabaria queimada viva. Fico pensando como seria se fôssemos engolidos. De repente, nada mais importaria. Nunca mais nos preocuparíamos com coisas do tipo aonde ir ou o que vai acontecer ou se vamos decepcionar alguém de novo. Tudo isso...simplesmente...desapareceria.

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Um livro que toca profundamente, nos fazendo questionar sobre os conceitos que temos sobre vida, morte e amor. Por Lugares Incríveis, um livro que te faz refletir sobre o que somos e o que aparentamos ser. Um livro que te faz querer olhar para além das aparências ...seja ela qual for.
Por Lugares Incríveis, da autora americana Jennifer Niven, é mais um livro YA (Young Adult) que conquistou fãs ao apresentar Theodore Finch e Violet Markey, adolescentes diante de problemas nada fáceis.  
Depois de um grande trauma, a perda da irmã em um trágico acidente, Violet ainda não se recuperou emocionalmente e não conseguiu retomar a vida de antes. Ela se fechou num mundinho, e, apesar dos pais, amigos e professores relevarem muito sua atitude inflexível diante de tentativas de ajuda-la, rejeita a ideia de prosseguir a vida, enquanto sua irmã não tivera a mesma oportunidade. Além de ser a típica garota popular: linda, inteligente, líder de torcida, namorada do cara mais desejado da escola, um clichê que me incomodou bastante, principalmente no início da leitura, ela é muito mais. Seu amor a escrita foi bloqueado após a perda, e a o blog que compartilhava com a irmã, deixado para trás.
Mas tudo muda quando seu caminho cruza com Theodore Finch, em meio a uma situação nada comum. É o momento em que começamos a perceber o que virá...E isso não é bom.
Finch é um cara com muitas caras. Sim, temos muitos Finchs ao longo da leitura, são facetas diferentes quase a cada capítulo, e nos deparamos com um garoto de 17 anos cheio de porquês.
Theodore é “estranho” aos olhos de muitos, uma ABERRAÇÃO para a maioria, mas para alguém como Violet, um Theodore cheio de surpresas interessantes, cheio de conceitos interessantes, envolto a perspectivas interessantes, um cara que lhe mostrou um novo mundo e lhe resgatou do fundo do poço. Embora o mesmo não tenha acontecido a ele.
Durante a narrativa nos deparamos com um Finch desconhecido para a maioria, até mesmo para sua família. A cada linha nos envolvemos ainda mais nos conflitos que ele enfrenta, muitas vezes ilógico, mas outras, totalmente compreensível. Ele não se preocupa com o amanhã, somente com o agora, o “pra valer” que está em suas mãos. Ele é alegre, agitado, criativo, descolado; às vezes, triste, deprimido, solitário. Ele é muitos em um. Isso, nesse caso, repito, não é nada bom.
Como esperado, depois do caminho de Violet e Finch ser entrelaçado, algo a mais acontece. De “desconhecidos” ao plano de “mais que amigos”, essa é a parte fofa do livro, além de óbvia. Porém, tudo muda. Depois de Finch ser a válvula de escape para Violet, ajudando na superação de antigos temores e traumas, é a vez de Finch nos revelar, de fato, sua verdadeira essência. O choque toma conta do fabuloso Theodore Finch e, leitores mais desprevenidos, também sentem o mesmo: medo do que virá.

Sou defeituoso. Sou uma fraude. Sou impossível de amar.

A partir daí começa a parte mais intensa do livro. Falar demais poderia revelar muito a quem ainda pretende ler, mas é importante falar que a autora toca no que há de mais sensível em nós. Ela aborda um tema pouco discutido, embora seja algo digno de maiores preocupações e debates.
Confesso que demorou um pouco para me deixar cativar pela narrativa, mas não há como não se emocionar lendo esse livro. É um tipo de leitura que te faz pensar sobre muitas coisas ou como as coisas poderiam ser diferentes apenas se parássemos um pouco e olhássemos ao nosso redor, não apenas as aparências, mas além disso. As aparências podem enganar, um sorriso pode não ser um sorriso, ajudar alguém pode ser um pedido de ajuda e quando ela não vem, os resultados podem ser trágicos.

O que percebo agora é que o que importa não é o que a gente leva, mas o que a gente deixa.


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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

#4: Então... Eu li o livro da Kéfera.




Entrando na onda dos famigerados livros de Youtubers resolvi dar uma conhecida em um dos mais badalados, que é o Muito Mais Que 5 Minutos de uma das maiores e influentes youtubers do Brasil a Kéfera Buchmann:
Pra início de conversa é importante ressaltar e evidenciar o quão boa e bem feita é a diagramação desse livro, desde a qualidade da impressão (porque não sei vocês, mas aqueles livros que tem uma página com bastante tinta e outra com o texto parecendo xerox mal tirada, irrita). A qualidade gráfica e fotográfica são impecáveis, mas como todo bom leitor, procurava conteúdo, e o livro tem pouquíssimas páginas e muito espaçamento e fotos. é importante mencionar que eu não sou um visitante do canal da Kéfera, mas conheço um pouco do trabalho dela e acho que posso falar um pouco sobre o que li.
No livro iremos nos deparar meio que com um diário da garota que a príncipio era o patinho feio da escola, ela começa a contar de sua vida, de suas apaixonites e foras e fala bastante sobre aceitação e sobre o bullyng que sofreu, antes de dar a volta por cima, esse ponto é bem positivo no livro, porque certamente inúmeras fãs da youtuber já viveram ou devem viver algo parecido com o que a mesma sofreu, e de certa forma foi um meio bem eficiente sobre conversar sobre um assunto tão delicado e que as vezes é tão oculto para quem deva saber que acaba pasando despercebido. Mas é óbvio que no decorrer do livro muitas páginas com desenhos riscos, vieram para encher linguiça, é importante mencionar também que a Kéfera não é uma escritora então se espera algo do tipo mesmo.
O livro conta histórias bem bizarras que aconteceram na sua vida, o desastre do primeiro encontro e coisas do tipo, é uma verdadeira conversa pré-adolescente, mas bem pré mesmo, porque muito do que estava ali certamente não interessam muitas garotinhas de hoje. Esperava que o livro mostrasse mais sobre o mundo youtuber, mas ele conta apenas a motivação para tal e quando a ideia surgiu, podemos ver que essa parte da vida já famosa, rendeu outro livro, e terei que lê-lo pra saber (e provavelmente não lerei, mas se ler, venho aqui contar pra vocês heheh).
Bom, o que posso dizer é que esse livro não é pra mim, mas essa discussão sobre serem bons ou ruins, banalizam ou não a literatura, é algo que já foi bastante discutido e eu particularmente acho que o fato de terem esses livros não tão "cultos" no mercado não impedem que os considerados bons por sei lá quem estejam nas livrarias, pelo contrário, a explosão de vendas desses, possibilitam a publicação dos menos populares e com mais conteúdo, acho que todos os livros devem lidos e sempre tem alguém para ler, a questão de não leitores em nosso país é algo bem complexo e a nossa qualidade cultural também, e os Livros de Youtubers não tem culpa nenhuma nisso, pois eles lançando seus livros ou não, não significaria que estariamos mais cultos ou não. É isso aí, ainda pretendo ler mais alguns, mas de ficcção publicados pelos booktubers, e vamo ver o que esses nos reservam.


Editora: Paralela

terça-feira, 20 de setembro de 2016

#3: Joyland - Stephen King




Iaí?! Hoje iremos falar sobre o primeiro livro do grande e famoso Stephen King que li. E até agora me pergunto por que demorei tanto.
Em Joyland, iremos conhecer as memórias de Jonesy, que por volta dos seus 70 anos relembra uma época muito marcante de sua vida: quando conseguiu um emprego temporário no parque de diversões Joyland.
Parque que o que dizem é que é  assombrado pelo fantasma de Linda Gray, uma linda jovem que foi morta brutalmente pelo seu namorado dentro de uma das atrações do parque. O jovem Jonesy fica curioso em relação a tal história e está disposto a investiga-la ao lado da sua amiga Erin, que também foi admitida para um emprego temporário de verão em Joyland.
O mais legal disso tudo é que além de todo esse mistério envolvendo a morte e fantasma de Linda, ainda existem outras coisas acontecendo na vida do jovem, vale ressaltar que o assassino da garota nunca foi encontrado, o que levou a investigação citada acima. Sobre as outras tramas, vamos conhecer Mike um incrível garoto que mora em uma linda casa que fica no trajeto de Jonesy ao parque, a sua frustração pelo fim de um romance, e outras coisas aprofundadas que você só saberá se lê. rsrs Eu odeio SPOILERS.
A maestria e criatividade de King são incríveis, todo o vocabulário em que o leitor é apresentado durante a obra, o famoso Colóquio (linguagem usada pelos funcionários do parque), a maneira que o autor descreve cada cena, fazendo com que a cada página fossemos descobrindo mais da vida do protagonista e dos personagens ao seu redor, a forma inesperada e surpreendente como tudo se ligou, as cenas picantes, assustadoras, tristes, as lições de vida, os temas abordados de maneira sucinta dentro dos personagens, as icógnitas da vida de um jovem, tudo isso é tratado de maneira fluida e descontraída por esta obra.
Minha primeira experiência com King, foi de fato muito proveitosa, uma excelente escrita e criatividade absurda, não é atoa o quanto falam bem do autor. Já tenho aqui a minha próxima leitura que será o também elogiado Escuridão total sem estrelas.
Espero que tenham gostado da resenha, comenta aí se você também já leu e o que achou! Até mais!

Editora: Suma de Letras.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

#2: No coração da floresta - Emily Murdock




Sutileza para tratar de assuntos tão polêmicos e muitas vezes ignorados por muitos, o que falar dessa autora que mal conheço e já considero "pakas" rsrs. Vejam o que achei de No coração d floresta da Emily Murdoch:

"O que acontece na floresta fica na floresta!" É desta forma que a capa do livro nos prepara para uma história de muitos segredos, pois o livro trata-se de duas irmãs que moram num trailer velho no meio de uma floresta, pois devido a mãe ter problemas com drogas foi impedida de ter a guarda da filha que estava com o pai e acabou fugindo e "raptando" a filha consigo.
Ao longo da vida, a mãe problemática e desvairada teve outra filha, chamada Jenessa, que acaba sendo criada pela irmã mais velha, a Carey de 15 anos, que com os sumiços da mãe que dava a desculpa de ir para a cidade atrás de alimentos e mantimentos acabava passando muito tempo fora, levando as garotas a se virarem como podiam e sobrevivendo de enlatados e do que conseguiam caçar. Logo após um sumiço da mãe que demorou mais que o normal, um casal chega ao esconderijo florestal das garotas, uma assistente social e o suposto pai das meninas, e é aí que tudo muda, com muita relutância eles acabam convencendo-as que estão lá em uma missão de paz, e o mais curioso, com uma carta da mãe desaparecida, e assim a vida das meninas muda completamente.
De uma vida no mato, ao mundo civilizado, de um trailer velho ao quarto preparado só para elas, com essas mudanças radicais a vida toma um novo rumo na casa do papai, e logo o mar de segredos é jogado para debaixo do tapete ou melhor, para debaixo da floresta, pois como mencionado acima, o que acontece na floresta, lá fica, e segredos eram o que não faltavam para aquelas pobres meninas. Elas agora tinham uma atenciosa madrasta e todo o cuidado que crianças precisam, começariam a ir a escola e a enfrentar os problemas da vida adolescente e ainda teriam  que aturar o ciúme da meia irmã patricinha.
Por incrível que pareça as garotas selvagens começaram a se adaptar bem a nova vida e por estudarem sozinhas na floresta com os livros roubados que a mãe trazia, elas eram melhores do que imaginavam.
Durante toda a história, flashes dos pensamentos do passado, nos remetem que existem segredos bem obscuros, que deixaram sequelas naquelas meninas, uma grande sequela, por exemplo, é o fato de Jenessa a irmã mais nova não falar. Essa é daquelas histórias que te deixam de coração apertado só de iamginar o que aquelas crianças passaram no meio do mato, tendo muitas vezes que lidar com os amigos drogados da mamãe e de vez em quando "clientes," isso mesmo, daí você já pode imaginar muita coisa, uma beleza escondida por trás de muito sofrimento.
A Emily tem uma escritaleve e fluida, mesmo escrevendo uma história tão intensa e com elementos tristes para a vida, ela consegue mesclar situações agradáveis e um obscuro contraste em relação a tudo isso. Essa é uma leitura que me surprendeu muito e eu super recomendo, páginas que trazem reflexão e nos fazem parar pra pensar em quantas famílias sofrem por algo tão corriqueiro como as drogas, e quantos inocentes pagam o preço direta ou indiretamente por esse vício tão difícil de ser combatido. Posso dizer a vocês que este livro é um suave soco no estômago.


Editora: Agir Now

domingo, 11 de setembro de 2016

#1: O Discurso "Faça Boa Arte" - Neil Gaiman



Iaí pessoal? Tudo Beleza!? Vamos para a primeira postagem do blog. Confiram o que eu achei do pequeno grande livro "Faça Boa Arte", do provavelmente já conhecido por vocês, Neil Gaiman:

Antes de tudo é preciso destacar que esse é um discurso do autor aos graduandos da University of Arts da Filadélfia, Estados Unidos, no dia 17 de maio de 2012.
Neil subiu ao palco daquela solene ocasião e começou a falar da sua vida, mas precisamente da sua carreira, de como começou e todo o processo para chegar onde chegou, o autor menciona que nunca se imaginou dando palestra a jovens universitários pois nunca cursou uma universidade. Talento e a força de vontade de viver aquele sonho fez com que ele chegasse onde está. Autenticidade, ser bom naquilo que faz, foram pontos evidenciados por Neil, que também falou alguns espertos massetes para ter oportunidades em algumas empresas. 
O medo de arriscar não pode está presente na vida de quem quer viver de arte, e não saber de fato o que se está fazendo pelo menos a príncípio, é crucial, pois quem sabe o que está fazendo segue regras e viver de arte, de histórias, de suas próprias ideias, vai muito além disso. Enxergar os obstáculos como uma montanha a ser escalada era uma das estratégias do autor, ou seja, alcançar as metas.
As consequências das conquistas e do sucesso também são expostas neste livro, o fato de que com o reconhecimento e aumento das responsabilidades e a sede por produzir mais, acabam fazendo com que o indivíduo não se deleite dos frutos que se colheu do árduo sonho. Além de alertar sobre os problemas do fracasso que são muitas vezes inevitáveis no meio da carreira, tais como, desencorajamento, devido aos planos não terem dado os resultados esperados.
Esse livro foi uma leitura de uma tarde apenas, mas foi um prato cheio de motivação, porque por mais que tal discurso estivesse voltado para um determinado público ou nicho, os conselhos servem para qualquer área profissional da nossa vida e até servem para trazer reflexão sobre a nossa postura como ser humano, como por exemplo, fazer algo pelo simples motivo de você acreditar que o que você faz é bom, e não apenas para obter ganhos.
A diagramação do livro leva a assinatura do designer gráfico Chip Kidd, que reconheço que é muito criativo, mas em alguns momentos me irritou um pouco, trata-se de uma diagramação bastante interativa, que brinca com o leitor o tempo todo, um festival de cores e tamanhos, que dão umtoque especial ao livro.
E o mais importante de tudo: saber aproveitar! Este foi um conselho dado por um outro nome muito conhecido da literatura, no vídeo abaixo você pode conferir de quem estou falando e assistir ao discurso.




Editora: Intrínseca.